Sou jornalista, atuo como assessor de imprensa, e não leio mais a “Óia” há muito tempo. Somente faço isso quando alguma “matéria” cita algum dos meus assessorados. Também não indico a leitura desta revista para ninguém. Quanto mais para pessoas em formação, como os jovens dos grupos que assessoro.
Digo o motivo. A revista é totalmente tendenciosa, mas tenta passar uma imagem de independente. Isso prejudica a forma como ela é lida.
Para deixar mais claro. Quando se lê um texto sabendo
que ele “puxa a sardinha” para um lado, sabemos que temos que considerar o fato de que existe a tendência de o veículo de comunicação “puxar a sardinha”. Mas, como a revista não se posiciona, leitores menos informados podem acreditar piamente no que os textos dizem. Desta forma, a tarefa de incutir sua ideologia é facilitada.
Por isso, mais do que não indicar a leitura, toda vez que alguém me diz que leu um texto sobre qualquer tema na revista “Óia”, explico que a revista não merece tanta credibilidade quanto algumas pessoas ainda dão a ela.
Tudo o que se publica nesta revista deve ser lido com muito cuidado. É preciso ter bastante conhecimento do assunto e buscar sempre outras fontes de informação para contra-balancear a informação oferecida pela revista.
Como, atualmente – infelizmente –, grande parte dos jovens não lê muito e não tem o costume de contrapor as informações que recebem (leem), prefiro não indicar a leitura desta revista para não colocá-los em risco. Risco de ler uma coisa pensando ser realmente aquilo, mas na verdade ser outra coisa.
Acredito que todos aqueles que têm a responsabilidade pela formação de outra pessoa deva tomar esse tipo de cuidado. E digo mais, não é somente a “Óia” que utiliza esse artifício. Precisamos estar muito atentos com o tipo de leitura que indicamos aos nossos alunos.
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