segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O fantasma da Idade Média

Paulo Flores*

Há algum tempo queria escrever um artigo sobre o aborto. Em princípio, minha idéia era alertar que o assunto estava posto apenas sob a ótica religiosa e que não havia sido feito um amplo debate no campo das ciências sociais e humanas que o mesmo merece. Entretanto, uma nota embasada em reflexões levantadas por uma “Comissão em Defesa da Vida”, amplamente divulgada pela internet, lida ou citada durante as missas e por meio de panfletos distribuídos nas portas das igrejas e em vias públicas, acelerou a necessidade de oferecer uma contribuição para que alguns pontos sejam mais bem esclarecidos.

O agravante é que a referida nota – que tem entre seus principais defensores uma pessoa que foi candidato em São Paulo ao cargo de deputado Federal, por um partido que faz parte da coligação do PSDB –, foi respaldada por bispos católicos de dioceses paulistas, mesmo contrariando decisão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por sugerir voto contrário a um partido.

O tema aborto virou spam (pragas virtuais da internet) e passou a ser o assunto do momento. Continua sendo debatido apenas pela ótica religiosa e, mesmo nesta ótica, superficialmente. Mas, ao contrário do que alguns poderiam querer, abriu-se um enorme espaço para o debate do tema em profundidade, tanto na ótica religiosa quanto na social.

Este artigo não pretende ser o ponto final do debate. A intenção é apenas apresentar algumas observações para dar mais qualidade a ele.

Clique aqui e leia a continuação do artigo.

sábado, 9 de outubro de 2010

Por que os adultos não entendem as crianças e vice versa?

Hoje assisti ao filme O pequeno Nicolau. É um pouco caricato, mas muito bom! Não deixe de ver.

Além de fazer-nos dar muita risada, é bom para refletirmos sobre como os adultos enxergam as crianças (pais, professores e demais adultos) e também como faz falta a comunicação entre adultos e crianças.

A falta de comunicação entre adultos e crianças deixa-nos (adultos) sem entender certas ações que elas realizam diante de determinadas situações. Simplesmente não vemos sentido.

E, por não nos comunicarmos com as crianças, principalmente por acharmos que elas não são capazes de entender certas coisas, acabamos fazendo com que elas entendam o que bem quiser ao serem submetidas a apenas frações de informações sobre o fato (assunto).

Vale à pena ler também a crítica de Marcelo Hessel sobre o filme.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dia da Criança, a alma do negócio

Em 12 de outubro comemora-se o dia de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Mas, também é o Dia das Crianças, a festa do consumo infantil.

Mas, na verdade, elas, as crianças, mandam no consumo das famílias não apenas nesta época. São elas que determinam o que se consome e até mesmo como se consome. Pais e mães, que, por imposição do mercado, não têm mais tempo para os filhos, se rendem aos desejos deles para tentar recompensar a falta de atenção paterna e materna.

Os meios de comunicação, principalmente a TV, são os maiores responsáveis pelo controle do desejo das crianças. Ao contrário do que acontece em outros países, no Brasil,não há a regulamentação clara que impeça os meios de comunicação de influenciar no desejo das crianças.

Se quisermos trabalhar verdadeiramente a educação das crianças brasileiras, precisamos realizar um debate profundo sobre esse assunto.

Postei na página de vídeos deste blog o link para o documentário Criança, a alma do negócio, que pode contribuir muito com a reflexão e o debate. Espero que todos vejam os vídeos e postem comentários/opiniões sobre o documentário e, principalmente, sobre o tema.