A educação é prioridade? Somente em discurso eleitoral.
A correria do dia a dia impediu que eu atualizasse o blog mais constantemente. Mas, em meio às denúncias envolvendo o Senado, alguns fatos precisam ser lembrados.
Pode até parecer que DEMônios e indecisos (leia-se tucanos) pensam somente em arrumar mais denúncias contra o “bigode” – deve ter tanta sujeira que eles vão ficar até 2014 desenterrando os podres. Mas, não é somente isso o que eles fazem. Eles também se organizam e realizam atos para defender a classe que representam, a elite. E o pior é que tem gente da classe trabalhadora que vota nesses caras.
Nessa semana, DEMônios pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF)
– aquele mesmo que tem como seu presidente o latifundiário Gilmar Mendes – a suspensão da liminar que permite as matrículas de estudantes aprovados no vestibular por meio do sistema de cotas.
Não coloco em questão a política afirmativa (compensatória) do sistema de cotas, mas sim a atitude DEMoníaca. Eles tentam impedir (ou pelo menos prejudicar), de qualquer maneira, o acesso de pessoas que não sejam da elite hegemônica (a classe que eles representam) às universidades públicas.
Em seus discursos contrários às cotas eles utilizam argumentos que não lhes pertencem para criticar o sistema de cotas. Dizem que se deve melhorar a qualidade do ensino público para permitir que negros e pobres consigam disputar as vagas com os filhos da elite que estuda em escolas particulares, que, em alguns casos cobra mensalidade de quase R$ 3.000.
Se eles acreditassem nesse argumento, como alegam em seus discursos contrários às cotas, dariam maior importância para algumas matérias (projetos) importantes que tramitam no Senado e que contribuiriam com a melhoria da qualidade da educação pública.
Sabemos que esse não é o verdadeiro desejo dos DEMônios e da grande maioria daquela “casa”. Também fora dela.
Apenas como exemplo, posso citar o Projeto de Lei 480/2007, do senador Cristovam Buarque, que determina que, a partir de 2014, os agentes públicos eleitos matriculem, obrigatoriamente, seus filhos e demais dependentes em escolas públicas. Em 2007 mesmo, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o antigo relator senador Romeu Tuma (PTB-SP) havia emitido relatório pedindo a rejeição do projeto. Como ele não é mais da CCJ, o projeto foi redistribuído para outro relator, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE). Este, para não ficar com peso político de rejeitar o projeto em um momento em que todos estão de olho nos podres do Senado, devolveu o projeto “para aguardar Audiência Pública com o objetivo de instruir a matéria em data oportuna.”
Quando será essa audiência pública? É lógico que eles não divulgam. Quando é a data oportuna? Quando o Senado não estiver tão vigiado como está agora?
Mas, além disso, eles deixam de fazer outras coisas que deveriam fazer, como por exemplo, não votar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que termina, de forma gradual, com a Desvinculação de Receitas da União (DRU), que pode ampliar entre R$ 5 bilhões e R$ 9 bilhões o orçamento do Ministério da Educação.
É, mas isso não é privilégio apenas da esfera federal. Aqui em São Paulo, na capital, também acontecem coisas DEMonícas. Empresas que estão sob investigação por servirem merenda superfaturada e de má qualidade ganharam o pregão e vão continuar a servir a merenda nas escolas municipais. Eita DEMônio!
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