segunda-feira, 13 de julho de 2009

Escola é dominada por preconceitos, revela pesquisa

Caros,
Há um mês e meio, participei de um encontro da Pastoral da Juventude Estudantil (PJE) da Capital e Grande São Paulo com um grupo de mais ou menos 30 estudantes.
Na parte da tarde, o professor Marcelo Naves, assessor do Instituto Paulista de Juventude (IPJ), usou o tema da Campanha da Cidadania (Juventude e Criminalização) para fazer o grupo refletir sobre a violência que ocorre diariamente na sociedade e particularmente nas escolas. Marcelo apresentou dados que mostram que o jovem é o maior prejudicado por essa violência e, mais do que isso, que o preconceito social leva os negros e pobres a serem os principais prejudicados.
O texto abaixo, veiculado em jornais do grupo O Estado de S.Paulo, traz informações sobre esse mesmo tema. A versão digital (um pouco reduzida) está no link
http://www.estadao.com.br/geral/not_ger389238,0.htm, mas quem tiver acesso à versão impressa também poderá ver gráficos bastante elucidativos e a outros três textos veiculados no mesmo dia e na mesma página (Homens e religiosos discriminam mais; Estudo foi feito com amostragem populacional; e Aluno com atraso mental é torturado). Se alguém quiser ler e refletir sobre esses outros textos também, basta me pedir.
Além de fazer com que reflitamos sobre a educação, os textos podem ser utilizados para a reflexão da Semana do Estudante.

Abraços,
Paulo Flores (Lobinho)



O ESTADO DE S. PAULO
QUINTA-FEIRA, 18 DE JUNHO DE 2009
Vida&
Página: A19

Sociedade



Escola é dominada por preconceitos, revela pesquisa

Onde há mais hostilidade, desempenho em avaliação
é pior; deficientes e negros são principais vítimas

Simone Iwasso
Fábio Mazzitelli
JORNAL DA TARDE

O preconceito e a discriminação estão fortemente presentes entre estudantes, pais, professores, diretores e funcionários das escolas brasileiras. As que mais sofrem com esse tipo de manifestação são as pessoas com deficiência, principalmente mental, seguidas de negros e pardos. Além disso, pela primeira vez, foi comprovada uma correlação entre atitudes preconceituosas e o desempenho na Prova Brasil, mostrando que as notas são mais baixas onde há maior hostilidade ao corpo docente da escola.
Esses dados fazem parte de um estudo inédito realizado em 501escolascom18.599estudantes, pais e mães, professores e funcionários da rede pública de todos os Estados do País. A principal conclusão foi de que 99,3% dos entrevistados têm algum tipo de preconceito e que mais de 80% gostariam de manter algum nível de distanciamento social de portadores de necessidades especiais, homossexuais, pobres e negros. Do total, 96,5% têm preconceito em relação a pessoas com deficiência e 94,2% na questão racial.
“A pesquisa mostra que o preconceito não é isolado. A sociedade é preconceituosa, logo a escola também será. Esses preconceitos são tão amplos e profundos que quase caracterizam a nossa cultura”, afirma o responsável pela pesquisa, o economista José Afonso Mazzon, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA). Ele fez o levantamento a pedido do Inep e da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, órgãos do Ministério da Educação (MEC).
Segundo Daniel Ximenez, diretor de estudos e acompanhamento da secretaria, os resultados vão embasar projetos que possam combater preconceitos levados para a escola – e que ela não consegue desconstruir, acabando por alimentá-los. “É possível pensarmos em cursos específicos para a equipe escolar. Mas são ações que demoram para ter resultados efetivos.”

BULLYING
A pesquisa mostrou também que pelo menos 10% dos alunos relataram ter conhecimento de situações em que alunos, professores ou funcionários foram humilhados, agredidos ou acusados injustamente apenas por fazer parte de algum grupo social discriminado, ações conhecidas como bullying. A maior parte (19%) foi motivada pelo fato de o aluno ser negro. Em segundo lugar (18,2%) aparecem os pobres e depois a homossexualidade (17,4%). No caso dos professores, o bullying é mais associado ao fato de ser idoso (8,9%). Entre funcionários, o maior fator para ser vítima de algum tipo de violência – verbal ou física – é a pobreza (7,9%).
Nas escolas onde as agressões são mais intensas, o desempenho na Prova Brasil é menor. “É lamentável e preocupante verificar que isso ocorre, mas os dados servem como alerta para que a escola possa refletir e agir para modificar esse cenário”, diz Anna Helena Altenfelder, educadora do Cenpec. “As pessoas não são preconceituosas por natureza. O preconceito é construído nas relações sociais. Isso pode ser modificado.”

Um comentário:

  1. Pow Lobinho adorei o blog, ficou muito bom vou acompanhar sempre, espero que proporcione boas discuções sobre educação..

    abraço de um grande fã seu...

    ResponderExcluir