Estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que, se mantido o ritmo dos últimos 17 anos, somente em 2015 o país cumprirá a escolaridade de oito anos, conforme é exigido pela Constituição.
Em 1992, a média de anos de estudos para a população de 15 anos ou mais era 5,2 anos. Em 2009, foi de 7,5 anos. Foram necessários 17 anos para ampliar em 2,3 anos a média de anos de estudo da população. "Considerando-se essa taxa anual de crescimento, faltam, ainda, cerca de cinco anos para se atingir, em média, a escolaridade originalmente prevista na Constituição Federal (ensino fundamental ou 8 anos de estudo)", diz o Comunicado nº 66 do Ipea.
Segundo o Ipea, a baixa escolarização e o elevado número de analfabetos entre adultos e idosos prejudica o desempenho e um dos mais graves problemas é o analfabetismo entre pessoas de 15 anos ou mais.
Ao compararmos a taxa brasileira de analfabetismo com outros países
da América do Sul, como Equador, Chile e Argentina vemos que ela é muito alta. Mesmo com a queda constante na proporção de analfabetos na população, o número total de analfabetos tem se mantido em torno de 14 milhões de pessoas.
DesigualdadesO problema da baixa escolaridade chama ainda mais a atenção ao compararmos a população de acordo com distribuição geográfica, a renda e a cor da pele/raça.
A população urbana/metropolitana tem, em média, 8,7 anos de estudo. Uma diferença de 3,9 anos a mais que a população rural, que estuda, em média, 4,8 anos. Ao segmentarmos a população de acordo com a cor da pele/raça, observamos que os negros têm, em média, 1,7 ano de estudo a menos que os brancos. Os brancos estudam, em média, 8,4 anos, enquanto os negros estudam 6,7 anos. A boa notícia, se é que podemos dizer que a notícia é boa, é que a diferença está se reduzindo. Em 1992, a diferença entre a quantidade de anos de estudo entre brancos e negros era de 2,1 anos.
O que chama mais a atenção é a diferença entre as faixas de renda. "Independentemente da categoria selecionada, os mais ricos sempre estão em melhor situação do que os mais pobres", diz o estudo. Há uma diferença de 5,2 anos de escolaridade entre os mais ricos e os mais pobres.
Os dados são do Comunicado do Ipea n° 66: PNAD 2009 – Primeiras Análises: Situação da educação brasileira - avanços e problemas. O quinto da série de análises do Instituto sobre os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD/IBGE). O Comunicado do Ipea nº 62 trata sobre o mercado de trabalho no Brasil em 2009, o nº 63 fala sobre a evolução da distribuição de renda entre 1995 e 2009, o nº 64 das tendências demográficas do país e o nº 65 sobre o aumento do número de mulheres chefes de família.
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Mas será que o aumento do tempo de permanência em sala de aula trouxe reflexos para nível de aprendizagem dos alunos?
ResponderExcluirSei que é preciso começar a atacar o problema de algum lado, mas será que não está na hora de pensarmos em melhorar a qualidade da educação e não apenas garantir a permanência dos alunos em sala de aula?
Mabel,
ResponderExcluirSeu comentário é muito pertinente. Índices, pesquisas e avaliações somente são válidos se forem utilizados como ferramentas para a melhoria da qualidade da educação.
Temos aqui em São Paulo um exemplo bastante ilustrativo sobre isso. O governo estadual implantou o sistema de aprovação automática. Com isso, reduziu-se bastante a taxa de repetência (óbvio), que refletem em índices que, para quem não sabe disso, indica a melhoria da qualidade da educação.
No entanto, a melhoria é uma falácia, não verificada na realidade.
Sugiro a leitura do discurso do Ivan Valente. Basta clicar no link da postagem anterior.